Caros leitores, como a vida é imprevisível, não é?! As coisas não tem saído bem como planejado, e esse fim de semana não foi nem de longe, perto do que programei. Enfim, essa é uma pauta para a próxima terapia, não para o blog. A postagem de hoje, tem por finalidade discorrer sobre o texto "Teoria do Não-Objeto", de Ferreira Gullar, e postar algumas imagens relevantes sobre o texto. A seguir, postarei o conteúdo.
O texto de Ferreira Gullar discorre sobre a Teoria do não-objeto visando defini-lo, ou, ao menos tentar, visto que é um texto denso e de difícil entendimento, ao menos para mim, caro leitor. Gullar tenta definir o não-objeto - não a urn antiobjeto mas urn objeto especial em que se pretende realizada a síntese de experiências sensoriais e mentais: urn como transparente ao conhecimento fenomenológico, integralmente perceptível, que se da a percepção sem deixar rasto. Uma pura aparência - percorrendo as etapas artísticas, cronologicamente, até chegar em sua definição. Basearei minhas imagens, justamente, nessas passagens.
Morte da Pintura
"Quando os pintores impressionistas, deixando o atelier pelo ar livre, procuraram apreender o objeto imerso na luminosidade natural, a pintura figurativa começou a morrer."
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Chegada do trem da Normandia, estação Saint-Lazare, óleo sobre tela de Claude Monet (1877, Art Institute of Chicago).
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Woman in Blue, óleo sobre tela, Maurice Denis. |
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Broadway Boogie-Woogie, 1943, óleo sobre tela Piet Mondrian. |
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Peasant woman, 1912, Kazimir Malevich. |
Obra e Objeto
"A tela em branco, para o pintor tradicional, era o mero suporte material sobre o qual ele esboçava a sugestão do espaço natural. Em seguida, esse espaço sugerido, essa metáfora do mundo, era rodeada por uma moldura cuja função fundamental era inseri-lo no mundo. Essa moldura era o meio-termo entre a ficção e a realidade, ponte e amurada que, protegendo o quadro, o espaço fictício, ao mesmo tempo fazia-o comunicar-se, sem choques, corn o espaço exterior, real. Por isso, quando a pintura abandona radicalmente a representação como no caso de Mondrian, Malevitch e seus seguidores a moldura perde o sentido. Não se trata mais de erguer urn espaço metafórico num cantinho bem protegido do mundo, e sim de realizar a obra no espaço real mesmo e de emprestar a esse espaço, pela aparição da obra objeto especial uma significação e uma transcendência."
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Merzbau de Kurt Schwitters |
Formulação Primeira
"Colocada a quested nestes termos, as experiências tachistas e informais, na pintura e na escultura, mostram-nos a sua face conservadora e reacionária. Os artistas dessa tendência continuam embora desesperada. mente a se valer dos apoios convencionais daqueles gêneros artísticos. Neles o processo a contrario; em lugar de romper a moldura para que a obra se verta no mundo, conservam a moldura, o quadro, o espago convencional, e poem o mundo (os materials brutos) la dentro. Partem da suposição de que o que esta dentro de uma moldura é urn quadro, uma obra de arte. É certo que, corn isso, também denunciam o fim dessa convenção, mas sem anunciar o caminho futuro. "
Dialogo sobre o Não-Objeto
"O não-objeto não se esgota nas referencias de use e sentido porque não se insere na condição do Útil e da designação verbal [...] Coloquemos o problema nos termos da filosofia existencial sartreana. Enquanto o sujeito existe para si, o objeto, a coisa, existe em si. Deixando de lado as implicações que o filosofo tira dessa contradição fundamental, fiquemos com o fato de que ela reafirma a opacidade da coisa que repousa em si mesma e a perplexidade do homem que se sente exilado entre elas. Um tecido de significações e intenções constitui o mundo humano, sob o qual persiste a opacidade do mundo inumano, exterior ao homem. A experiência do objeto-sem-nome é a experiência do exilio. A luta por veneer a contradição sujeito-objeto esta no cerne de todo o conhecimento humano, de toda a experiência humana e, particularmente, na realização da obra de arte."
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